quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO A PARTIR DE UM PARADIGMA INOVADOR



O termo tecnologia abrangente e enquadra os procedimentos, ferramentas simples e complexas produzidas pela humanidade. Segundo Leite et al (2003), citado por Santos e Berhrens (2008), as tecnologias educacionais são agrupadas em dois blocos: as informatizadas, aquelas que não dependem de nenhum recurso, tais como: computador, televisão, rádio, vídeo e as não informatizadas, as que dependem dos recursos electrónicos: quadro-de-giz, o jornal, o livro, a caneta, etc.
Santos e Berhrens (2008), afirmam que a tecnologia estás ligada a educação porque a estrutura social permite isto, e a escola não deve negar esta realidade. Porém a tecnologia não deve ser vista como a salvação do processo pedagógico, porque não é o instrumento que muda a qualidade do ensino.
Fazendo uma abordagem tecnicista e o uso das tecnologias educacionais, as autoras distinguem dois aspectos: a pedagogia tradicional que marginaliza o ignorante e a tecnologia tecnicista que marginaliza o que não tem competência e eficácia no campo tecnológico.
Esta visão é tradicionalista, porque não critica e incentiva a repetição e a memorização dos conhecimentos. Na teoria tecnicista dá-se ênfase a reprodução do conhecimento, por isso, as tecnologias educacionais se apresentam como ferramentas facilitadoras da reprodução fiel dos conteúdos, logo esta visão é reducionista.
Falando das tecnologias educacionais num paradigma inovador, Santos e Berhrens (2008) citam Castells, (1999), o qual afirma, o avanço tecnológico e científico actual faz a educação repensar na prática pedagógica, isto é, a educação precisa de ser contextualizada na sociedade de conhecimento que é a nossa.
A inserção das tecnologias educacionais na prática pedagógica implica pensar e reflectir sobre quando, como, e porque utiliza-las revestindo-as de uma intencionalidade pedagógica. Segundo Leite, et al (2003), citado por Santos e Berhrens (2008), ao trabalhar com as tecnologias na escola de forma crítica, o professor cria condições que permitem ao aluno ter contacto com as tecnologias da sociedade de que ele é sujeito.
Segundo Morin (2004), citado por Santo e Berhrens (2008), há necessidade de substituir um pensamento que isola e separa por um pensamento que destingue e une; neste caso o paradigma inovador deve aliar e acolher múltiplas visões e dimensões.
Assim, Santos e Berhrens (2008), propõem três abordagens críticas: a holística, que vê o mundo como um todo integrado e interdependente e não como um conjunto de partes dissociadas; a progressista que sugere uma prática pedagogica dialógica, crítica, reflexiva e transformadora; e a do ensino por pesquisa que enfatisa a cooperação professor-aluno na busca de novos conhecimentos e superação da reprodução.
Segundo Santos e Berhrens (2008), este novo paradigmo (da complexidade) surge como um desafio para os professores, pois os abriga a serem mais inovadores na sua prática profissional, na qual devem encontrar metodologias que permitam a produçao do conhecimento.
O ensino visto como produção de conhecimento, implica envolver o aluno no processo educativo que se caracteriza pela reflexão, acção, curiosidade, e espírito crítico. O novo paradigma estimula a capacidade de compor e recompor dados, análise de informações.
Deste modo, o conhecimento se torna relativo e provisório numa dimensão histórica e ao mesmo tempo pode ser interpretado e não apenas aceite de forma passiva.
Nesta linha de pensamento o professor já não é o sabedor absoluto e, assume a função mediadora na medida que discute de forma a encontrar caminhos inovadores. No paradigma da complexidade o aluno é o sujeito activo do processo pedagogico, pois se questiona e investiga de forma autónoma.
Em termos metodológicos, a complexidade procurar equilíbrio entre a teoria e a prática numa interdependência problematizadora da prática social. Neste paradigma a avaliação tem o valor de produzir e avaliar conhecimentos e não de pressionar o aluno com o autoritarismo.
Nesta visão “a inserção das tecnologias educacionais na escola ultrapassa a visão tecnicista  e se tornam ferramentas à serviço da aprendizagem crítica e transformadora” (Santos e Berhrens, 2008:4004).
Para que isto se torne concreto, é preciso formar o professor em duas áreas: a primeira que é a qualificação no uso adequado dos recursos técnico, e a segunda é a pedagógica inerente aos conhecimentos didácticos.
Para terminar é importante deixar a seguinte análise: as tecnologias na actualidade estão estritamente ligadas a evolução da sociedade e constituem a forma mais eficaz de relacionar pessoas, pensamentos, culturas e conhecimentos.
Entendendo melhor convém esclarecer que as tecnologias estão divididas em informatizadas e as não informatizadas e todas elas concorrem para a redução do esforço humano e permitir uma forma de vida melhor e facilitada. 
No que concerne a sua inserção no campo educacional, as tecnologias devem ser usadas como algo inovador, ou seja, os professores ao incluir as tecnologias na sua prática pedagógica, devem privilegiar a actividade do aluno colocando-o no centro de todo o processo de aprendizagem.
Por sua vez, os professores devem estar actualizados em matéria tecnológica para melhor saber usar e escolher as ferramentas que melhor servem para o seu trabalho.
Quanto aos agentes educacionais que não têm acesso às tecnologias informatizadas saberão usar ferramentas disponíveis em seu meio com o fim último de favorecer a produção e inovação do conhecimento.
Em termos práticos, o professor deve permitir a reflexão, a análise, a investigação e o questionamento dos seus alunos onde eles servem de mediadores do processo pedagógico. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Santos, V. e Berhrens, M. (2008). Inseção das tecnologias na educação a partir de um paradigma inovador. PUCPR.

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