O termo tecnologia abrangente e enquadra
os procedimentos, ferramentas simples e complexas produzidas pela humanidade.
Segundo Leite et al (2003), citado por Santos e Berhrens (2008), as tecnologias
educacionais são agrupadas em dois blocos: as informatizadas, aquelas que não
dependem de nenhum recurso, tais como: computador, televisão, rádio, vídeo e as
não informatizadas, as que dependem dos recursos electrónicos: quadro-de-giz, o
jornal, o livro, a caneta, etc.
Santos e Berhrens (2008), afirmam que a
tecnologia estás ligada a educação porque a estrutura social permite isto, e a
escola não deve negar esta realidade. Porém a tecnologia não deve ser vista
como a salvação do processo pedagógico, porque não é o instrumento que muda a
qualidade do ensino.
Fazendo uma abordagem tecnicista e o uso
das tecnologias educacionais, as autoras distinguem dois aspectos: a pedagogia
tradicional que marginaliza o ignorante e a tecnologia tecnicista que marginaliza
o que não tem competência e eficácia no campo tecnológico.
Esta visão é tradicionalista, porque não
critica e incentiva a repetição e a memorização dos conhecimentos. Na teoria
tecnicista dá-se ênfase a reprodução do conhecimento, por isso, as tecnologias
educacionais se apresentam como ferramentas facilitadoras da reprodução fiel
dos conteúdos, logo esta visão é reducionista.
Falando das tecnologias educacionais num
paradigma inovador, Santos e Berhrens (2008) citam Castells, (1999), o qual
afirma, o avanço tecnológico e científico actual faz a educação repensar na prática
pedagógica, isto é, a educação precisa de ser contextualizada na sociedade de
conhecimento que é a nossa.
A inserção das tecnologias educacionais
na prática pedagógica implica pensar e reflectir sobre quando, como, e porque
utiliza-las revestindo-as de uma intencionalidade pedagógica. Segundo Leite, et
al (2003), citado por Santos e Berhrens (2008), ao trabalhar com as tecnologias
na escola de forma crítica, o professor cria condições que permitem ao aluno ter
contacto com as tecnologias da sociedade de que ele é sujeito.
Segundo Morin (2004), citado por Santo e
Berhrens (2008), há necessidade de substituir um pensamento que isola e separa
por um pensamento que destingue e une; neste caso o paradigma inovador deve
aliar e acolher múltiplas visões e dimensões.
Assim, Santos e Berhrens (2008), propõem
três abordagens críticas: a holística,
que vê o mundo como um todo integrado e interdependente e não como um conjunto
de partes dissociadas; a progressista
que sugere uma prática pedagogica dialógica, crítica, reflexiva e
transformadora; e a do ensino por
pesquisa que enfatisa a cooperação professor-aluno na busca de novos
conhecimentos e superação da reprodução.
Segundo Santos e Berhrens (2008), este
novo paradigmo (da complexidade) surge como um desafio para os professores,
pois os abriga a serem mais inovadores na sua prática profissional, na qual
devem encontrar metodologias que permitam a produçao do conhecimento.
O ensino visto como produção de
conhecimento, implica envolver o aluno no processo educativo que se caracteriza
pela reflexão, acção, curiosidade, e espírito crítico. O novo paradigma estimula
a capacidade de compor e recompor dados, análise de informações.
Deste modo, o conhecimento se torna
relativo e provisório numa dimensão histórica e ao mesmo tempo pode ser
interpretado e não apenas aceite de forma passiva.
Nesta linha de pensamento o professor já
não é o sabedor absoluto e, assume a função mediadora na medida que discute de
forma a encontrar caminhos inovadores. No paradigma da complexidade o aluno é o
sujeito activo do processo pedagogico, pois se questiona e investiga de forma
autónoma.
Em termos metodológicos, a complexidade
procurar equilíbrio entre a teoria e a prática numa interdependência
problematizadora da prática social. Neste paradigma a avaliação tem o valor de
produzir e avaliar conhecimentos e não de pressionar o aluno com o
autoritarismo.
Nesta visão “a inserção das tecnologias educacionais na escola ultrapassa a visão
tecnicista e se tornam ferramentas à serviço
da aprendizagem crítica e transformadora” (Santos e Berhrens, 2008:4004).
Para que isto se torne concreto, é
preciso formar o professor em duas áreas: a primeira que é a qualificação no
uso adequado dos recursos técnico, e a segunda é a pedagógica inerente aos
conhecimentos didácticos.
Para terminar é importante deixar a
seguinte análise: as tecnologias na actualidade estão estritamente ligadas a
evolução da sociedade e constituem a forma mais eficaz de relacionar pessoas,
pensamentos, culturas e conhecimentos.
Entendendo melhor convém esclarecer que
as tecnologias estão divididas em informatizadas e as não informatizadas e
todas elas concorrem para a redução do esforço humano e permitir uma forma de
vida melhor e facilitada.
No que concerne a sua inserção no campo
educacional, as tecnologias devem ser usadas como algo inovador, ou seja, os
professores ao incluir as tecnologias na sua prática pedagógica, devem
privilegiar a actividade do aluno colocando-o no centro de todo o processo de
aprendizagem.
Por sua vez, os professores devem estar
actualizados em matéria tecnológica para melhor saber usar e escolher as
ferramentas que melhor servem para o seu trabalho.
Quanto aos agentes educacionais que não têm
acesso às tecnologias informatizadas saberão usar ferramentas disponíveis em
seu meio com o fim último de favorecer a produção e inovação do conhecimento.
Em termos práticos, o professor deve
permitir a reflexão, a análise, a investigação e o questionamento dos seus
alunos onde eles servem de mediadores do processo pedagógico.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Santos, V. e Berhrens, M. (2008). Inseção das tecnologias na educação a partir
de um paradigma inovador. PUCPR.