Por Gildo João Manuel
O presente trabalho tem em vista analisar o texto de
Michael Apple com o título Política Cultural e educação (2000), ele é fruto
duma leitura crítica e visa trazer algumas sensibilidades e ilações que o autor
discute ou no leva a reflectir o Currículo Nacional.
O autor propõe logo a priori um currículo nacional e uma
avaliação nacional, esta proposição ao longo do texto ele, vai dando alguns
requisitos necessários para que isso seja efectivado e traz a discussão uma
analogia do que se vive no momento presente e o que poderá ser no futuro.
1.
A tese do Apple e
condições para que haja um currículo nacional
Apple tem a tese segundo a qual: “Não se oponho, em princípio, a um currículo nacional. Nem me oponho,
em princípio, à ideia ou à actividade de avaliação” (Apple: 2000,56). A
educação não é mais vistas como parte de uma aliança social na qual muitos
grupos, principalmente os minoritários se juntam para propor políticas sociais
democráticas para as escolas. Nesta esteira de pensamento em propõe algumas
condições para se efectivar o desejo de ter um currículo nacional dentre elas destacam:
- Envolver a invenção de novos exames;
- O ensino de conteúdos mais rigorosos;
- O engajamento dos professores em um trabalho mais
exigente, isto é, deveriam aprofundar mais os conhecimentos que possuem
procurando mais actualizar e investigar consoante a novas paradigmas da
realidade.
Nesta vertente de ter um currículo nacional Smith afirma
que um currículo nacional só pode ter sucesso se no seu desenho e execução, ter
em conta o espírito de cooperação nos seus desenhadores. Porque o que se nota é
que o sistema educacional estava fragmentado pois tinha lugar na mesma nação
escolas para crianças de melhor nível económico e de baixo nível económico e
considerava o público o centro de todo o mal e o privado o centro de todo o que
é bom.
Neste contexto podemos afirmar categoricamente que o o texto relaciona-se
com a nossa cadeira pois para fazermos um desenho instrucional temos que
respeitar pelo menos ter em consideração alguns componentes com afirma Smith e
Ragan um modelo que comporta três fases:
1. Análise – aqui consiste em
ver o contexto no qual a aprendizagem decorre; o aliado a este, temos os alunos
que devem fazer a análise dos aspectos do texto escrito, isto é, aprendizagem crítica;
2. Estratégias – procurar ver
como as actividades estão organizadas, seu encaminhamento e impacto, feito isto
escreve-se e produz a instrução;
3. Avaliação – deve – se
priorizar uma avaliação formativa e continua, pois, com este sistema ter-se-á
uma imagem fiável do processo o que culminará na revisão da própria instrução.
Apple faz uma análise dos grupos e dos discursos
ideológicos que estão apoiando a mudança dramática à direita da educação nos
Estados juntos, as mudanças e transformações introduzidas nos sistemas de
ensino pela modernização conservadora, bem como suas consequências sociais.
Afirma que na agenda conservadora das décadas passadas foi no campo educacional,
e, que se instalaram como parte do bom senso das pessoas, que serviu de agendas
politicas de legislações e que ocorreu em muitos Países e tinham como objectivo
mudar o senso comum, alterando seu significado. Neste contexto, a política de
educação e bom senso fizeram um papel importante em vários movimentos.
2.
Implicações sociais, culturais e políticas dessas
mudanças
A qualidade da educação através da
introdução de mais avaliações internas e externas (revalidação) que colocar no
lugar para cada aluno, cada professor e cada centro; para facilitar a escolha
do consumidor e da concorrência entre os centros para melhorar seus resultados
e a desejar.
A classe média executiva e profissional, como especialistas da gestão de
qualidade e medição gerando um discurso e práticas coerentes com os discursos
neoliberais e o de práticas neoconservadoras. O debate sobre a liberdade neste
processo, antigos conceitos, tais como a liberdade, ou até mesmo democracia,
estão mudando e adaptando seu significado para os diferentes paradigmas e
discursos ideológicos.
Os Neo-liberais tinham a expressão máxima da liberdade é um indivíduo com
infinitas possibilidades de escolha em uma sociedade de mercado livre e
competitivo com o mínimo de interferência dos Estados. A liberdade de neo-consciência,
baseia-se na tradição e a autoridade moral de valores transcendentais.
O debate sobre a liberdade Apple insiste na necessidade de mostrar as
consequências indesejáveis da aplicação de políticas conservadoras porque,
estas vão corroendo a hegemonia cultural. As Promoções de interesse no
regulamento e controles externos, em todo o mundo que trabalha em favor do
livre mercado, estes reforçam a desconfiança dos conservadores no trabalho dos professores
junto com o desejado "retorno" para a disciplina, a qualidade e a
"verdadeiro" conhecimento.
Neste momento são muito úteis técnicas de gestão e eficiência prevista pela
Directiva classe média a legitimidade de técnicos e profissionais as reformas conservadoras.
Compreende que este grupo e seu discurso gerencialista cumpriram a função de
modificar o currículo.
CONCLUSÃO
Desta reflexão pode-se concluir afirmando que o autor não nega a existência
do currículo nacional mas ele coloca alguns requisitos necessários e demonstra
em certos passos que ele tem muitas vantagens porque:
Ele pode ser servir como dispositivo de prestação de contas e isso permite
avaliar os pais e a própria escola.
Este currículo exige que as escolas tirem para o mundo laboral técnicos ou
estudantes que possam responder cabalmente com aquilo que são as exigências do
mercado e da comunidade local, isto é, potência o aluno no saber ser, saber
estar e saber fazer algo na sociedade.
Por fim vendo a realidade do seu País Apple nega a existência dum currículo
nacional ou a designação de currículo nacional porque este não reflecte a vida
real de toda nação e se fosse realmente um currículo nacional, as pessoas seria
educados não ao egoísmos e não haveria um desfaz amento entre ricos e pobres e
não teria nenhum controle da direita que este está preocupado em manter seus
fins e meios.
O currículo vigente não aceita a auto-crítica e é subjectivo, isto é,
reflecte interesse na minoria. Um currículo nacional ajudaria no combate à
fome, miséria e resolveria os problemas habitacionais e não teríamos um fosso
entre ricos e pobres na mesma nação, isto é o que Moçambique está vivendo e
isso tira o mérito de ter um currículo nacional porque não são todos que se
beneficiam serve apenas para os pobres os ricos ficam nos colégios… isso
perpetua as desigualdades sócias e aumenta o fosso entre ricos e pobres na
mesma nação.
Sem comentários:
Enviar um comentário