terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Inspecção e Supervisão Pedagógica



GILDO JOÃO MANUEL





1.      INTRODUÇÃO


A educação é um sistema complexo devido a intervenção de diversos actores, o que requer uma perspectiva e postura que contemplem os seus diversos níveis de intervenção educacional de modo a valorizá-los. Esta valorização se traduz na medida em que se preocupa com a supervisão e inspecção como elementos que podem garantir a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

O presente trabalho tem por objectivo analisar o sistema nacional de inspecção e/ou supervisão de Tanzânia como exemplo do modelo clássico. Será caracterizado pela (o) : estrutura e o grau de desenvolvimento dos sistemas educativo, o esquema institucional do sistema de inspecção e/ou supervisão, as funções dos agentes (inspectores ou supervisores), as condições de acesso à função.

1.1 Estrutura do trabalho
O presente trabalho possui a seguinte estrutura: Introdução, onde estão definidos objectivos do trabalho; no corpo do trabalho temos a análise e desenvolvimento do tema; na conclusão apresenta-se os resultados da análise, e por fim referência bibliográfica.

 

2. Definição de conceitos

O estudo de inspecção e supervisão é de grande importância devido ao seu grande contributo na melhoria do processo de ensino e aprendizagem, visto que, constitui o centro de   controlo,  apoio pedagógico e administrativo.

Inspecção
Define-se a inspecção como um sistema de fiscalização e controlo hierárquico  (do topo ao nível provincial deste ao distrito e  até a escola).
Segundo o dicionário de língua portuguesa o termo inspecção significa a acção de ver ou examinar cuidadosamente; colectividade ou repartição encarregada de inspeccionar.
Supervisão 
Refere-se a assessoria e o apoio as escolas. Segundo o dicionário de língua portuguesa a supervisão é o acto ou efeito de dirigir, orientar ou inspeccionar.
Assim, pode se considerar os dois termos como sinónimos. Embora a pratica, actuação e os procedimentos tem motivado para a sua diferenciação.

 

3. PERFIL DO PAÍS (TANZÂNIA)

 

A República Unida da Tanzânia está localizada na África Oriental entre 29o de longitude leste e 41o, 12o e 1o Latitude Sul.

A República Unida da Tanzânia foi formada a partir da união de dois Estados soberanos, a Tanganyika e o Zanzibar. A Tanganyica tornou-se um Estado soberano em 09 Dezembro de 1961 e se tornou uma república no ano seguinte (1962). Zanzibar se tornou independente em 10 de Dezembro de 1963 e a República Popular de Zanzibar foi criada após a revolução de 12 de Janeiro de 1964.
As duas repúblicas soberanas formaram a República Unida da Tanzânia em 26 de Abril de 1964. No entanto, o Governo da República Unida da Tanzânia é uma república unitária que consiste no Governo da União e no Governo Revolucionário Zanzibar.

A Tanzânia é o maior (área terrestre) entre os países do Leste Africano (ex.: Quénia, Uganda e Tanzânia).

Dar es Salaam é a capital comercial e importante porto marítimo para a Tanzânia continental e serve países vizinhos sem litoral como o Malawi, a  Zâmbia, o Burundi, o Ruanda e o Uganda, bem como RDC Oriental. Portos marítimos incluem Zanzibar, Tanga e Mtwara. Por causa de sua vantagem geográfica e localização, o Porto de Dar es Salaam apresenta-se como a porta de entrada para a África Oriental e Central. Além disso, isto torna a Tanzânia um destino de investimento lógico para os investidores.



4. A EDUCAÇÃO NA TANZÂNIA

 

A República Unida da Tanzânia percebe a educação de qualidade como sendo o pilar do desenvolvimento nacional, pois é através da educação que o país obtém recursos humanos qualificados para servir em vários sectores da economia da nação. Através da qualidade da educação Tanzânia será capaz de criar uma economia forte e competitiva que pode lidar eficazmente com os desafios do desenvolvimento e que também pode facilmente, e com confiança se adaptar às mudanças no mercado e nas condições tecnológicas da região e da economia global.

Especificamente, o sistema de ensino tem três níveis, a saber: nível básico, secundário e terciário. A educação de nível básico ou primeiro nível inclui o pré – primário e a educação primária e não - formal de adultos. A educação de nível secundário ou segundo nível possui um nível normal e avançada do ensino secundário, enquanto o nível superior ou terceiro nível inclui programas e cursos oferecidos por organizações não - superiores e instituições de ensino superior.

A estrutura do sistema educativo na Tanzânia é constituída da seguinte maneira:
·         2 anos de educação pré-escolar,
·         7 anos de ensino primário,
·         4 anos de júnior (nível normal) Secundário,
·         2 anos de (Nível Avançado) Secundário, e até
·         3 ou mais anos de ensino superior.

Dois ministérios gerem e coordenam o Sector de Educação, isto é, o Ministério da Educação e Cultura e Ministério do Ensino Superior. No entanto, o Ministério da Administração Regional e Administração Local também gerem a Educação Básica.
A coordenação e controle de qualidade é da responsabilidade do Conselho de Acreditação do Ensino Superior (HEAC). Nos níveis primário e secundário a garantia de qualidade continua a ser da responsabilidade dos directores das escolas, Secretaria de Educação  e inspector escolar.


Instrução Média
A principal característica do sistema de educação na Tanzânia  é a política bilingue, o que exige que as crianças aprendam tanto swahili quanto Inglês. O Inglês é essencial, pois é a linguagem que liga a Tanzânia e o resto do mundo através da tecnologia, do comércio e também da administração. A aprendizagem da língua swahili permite que os alunos da Tanzânia possam manter contacto com seus valores culturais e património. O Inglês é ensinado como disciplina obrigatória no ensino primário ao passo que no ensino pós - primário é o meio de instrução. No que se refere ao swahili, é o meio de instrução no ensino primário, é ensinada como disciplina obrigatória no ensino secundário e como opção no ensino superior.

Reformas do sector de Educação
As reformas do sector da educação começaram em 1995. Os objectivos gerais da introdução de reformas educacionais em conjunto com outras iniciativas políticas é garantir o acesso crescente e equitativo à educação formal de alta qualidade e de alfabetização de adultos através de instalações de expansão, ganhos de eficiência e melhoria da qualidade, acompanhado com a oferta e o uso eficiente dos recursos. Portanto, no início de 1997 o Governo da Tanzânia desenvolveu um Plano Director da Educação Básica para orientar o desenvolvimento na oferta de educação básica.

Em resposta a agenda de reformas do Governo local, foi preparado, o plano de acção para a transferência de responsabilidade para os comités escolares locais. Um projecto-piloto de descentralização através de um sistema de categoria abrange 37 autarquias locais. Em princípio regiões menos desenvolvidas e distritos são dadas preferências na abertura de novas escolas secundárias ou recebendo auxílio para fazê-lo.

Papel do Sector Público e Privado
O papel do governo está mudando agora de entidade e joga um papel chave para o de  facilitador na provisão da educação. Este novo papel do governo fornece um ambiente mais favorável para o sector privado para aumentar seu investimento em educação.
O investimento privado na educação vai estabelecer um ambiente de aprendizagem mais que permitirá transmitir conhecimento e tecnologia para a juventude para uma participação mais activa no sector agrícola e na economia como um todo.
Como qualquer outro sector de desenvolvimento social, o sector de educação tem sido afectado pela má alocação de recursos para o sector, sendo público ou privado. A situação tem sido observada pela comunidade de doadores e agiu amigavelmente para apoiar o sector. Comunidade de doadores em termos de fundos, assistência técnica e realização de pesquisas apoiou vários programas e projectos.

 

5. A INSPECÇÃO NA  TANZÂNIA

O sistema de inspecção da Tanzânia é um exemplo do modelo clássico que foi implantado em países em desenvolvimento, particularmente nas antigas colónias britânicas e francesas (IIPE- UNESCO, 2007g – Módulo 7).  É resultado da adaptaçao do serviço de inspecção à expensão do sistema educativo e a desconcentração administrativa.
O Modelo classico é um modelo que oferece apoio e exerce controlo sobe todas as escolas, onde existe uma estrutura descentralizada.

Na Tanzânia, o serviço de inspecção foi criado para acompanhar a educaçao pública formal no início da década de 1920, quando a Grã-Bretanha assumiu o mandato que, anteriormente, se estendia apenas sobre Zanzibar.
Dado que o país tem uma população de 39.459.000 habitantes. Tal como correu também em outros países da região, imediatamente após a independência em relação ao Reino Unido, em 1961. Houve  aumento do acesso na escola primária que chegou a quase 400% na primeira década, manteve-se estacionário e pouco a pouco foi diminuindo durante a década de 1980 e começou a aumentar lentamente  na primeira metade da década de 90.

E a taxa de matricula de meninas no nível primário era igual, se não maior, que a dos meninos. Na escola secundária a taxa de matrícula manteve-se baixa. Os indicadores educacionais mostravam alguns avanços e ao mesmo tempo os retrocessos e sérias dificuldades.

 

5.1 A estrutura do sistema educativo

 

A estrutura do sistema educativo é uma amostra das tradições coloniais, assim como alguns aspectos da administração educativa. Até 2001, suas políticas mantinham certa influência das experiências do Reino Unido, algumas vezes por intermédio de projectos de reforma financiados por agências internacionais. A tendência de dar maior autonomia às escolas e o esforço para construir centros de recursos pode ser citados como exemplos.

O aumento da matrícula posterior à independência do país não foi acompanhado com o  aumento proporcional do número de inspectores. Para facilitar a tarefa separou-se a inspecção de nível primário da de secundário, descentralizaram-se alguns serviços e se criaram alguns serviços específicos de apoio.

6. A ORGANIZAÇÃO DO ACTUAL SISTEMA DE INSPECÇÃO NA TANZÂNIA CONTINENTAL

 

Existem diferenças entre a organização do sistema de inspecção na Tanzânia Continental e Zanzibar.
















6.1 A estrutura do sistema de inspecção da Tanzânia Continental

Fonte : De Grauwe, 2001

Portanto, não existe uma figura específica de assessor docente; conta-se com centros de recursos docentes, com funções de assessoria e melhoramento dos docentes, mas o pessoal destes centros não se aproxima das escolas,  a não ser para organizar os cursos residenciais em serviço.

Segundo os indicadores estatísticos incluídos por De Grauwe (2001), a dimensão do serviço de inspecção era, para o ano 2001, de 428 inspectores de primária, para 11.151 escolas primárias com 105.916 docentes. Dessa maneira, a taxa de escolas/inspector chega a  superar os 247.

6.1.1 As principais tarefa de inspecção

Dentre outras constituem tarefas de inspecção  as seguintes:
·         Controlar os alunos: conferir se estão devidamente matriculados, se estão presentes regularmente e se comportam correctamente.
·         Assegurar que as famílias e comunidades contribuam com o desenvolvimento da escola.
·         Assegurar que a escola tenha recursos materiais suficientes.
·         Ajudar aos directores a melhorar o bem-estar dos docentes e alunos na escola.
·         Assessorar os directores e à autoridade local sobre questões relativas à gestão e  condução  da escola.
·         Planificar o desenvolvimento geral da escola.

Na Tanzânia os inspectores Chefes avaliam os inspectores de escolas primárias com base no número de escolas inspeccionadas e o número de oficinas e seminários que assistem. Com isso são preparados relatórios confidenciais usados para propósitos de promoção.

 

6.1.2 Os agentes do sistema de inspecção

Um dos problemas destacados por De Grauwe (2001) é a exigente atribuição da tarefa. Os agentes cumprem tanto funções de controlo como de apoio. Concentram esforços nas tarefas de apoio directo às escolas por meio dos centros de recursos: os deveres do Inspector de Escola Primária, principal agente da inspecção em campo.
  • Supervisionar a implementação de políticas e regulamentos governamentais
  • Supervisionar todos os docentes no período de avaliações.
  • Assegurar a implementação efectiva do curriculum escolar.
  • Dar apoio quando e onde seja apropriado, manter reuniões com o pessoal das escolas e os comités, para apoiar os centros de recursos docentes.
  • Supervisionar e monitorar os coordenadores de educação, incluindo questões económicas e financeiras.
  • Acompanhar qualquer docente que tenha uma formação “frágil”
  • Manter contrato com colegas e coordenadores de educação

Os Oficiais de Educação de Distrito têm como tarefas:
·         Actuar como assessores da autoridade distrital na interpretação da Lei de Educação e
          da política educativa.
·         Realizar seguimento do desenvolvimento e administração de todas as escolas
           primárias do distrito.
·         Realizar o seguimento dos planos de educação do distrito.
·         Fornecer recursos materiais e docentes às escolas e assegurar a infra - estrutura.
·         Distribuir os subsídios para educação.
·         Actuar como Secretário do Comité de Educação e Cultura do Conselho Distrital.

 

6.1.3 O trabalho de visita dos inspectores

De acordo com De Grauwe (2001), a regra na Tanzânia requer anunciar formalmente com um ou dois meses de antecedência a realização das visitas completas, enquanto, para visitas de cortesia, seriam suficientes mensagens orais. A prática, porém, é distinta: a maioria das visitas não são avisadas.

Os inspectores se preparam com base no relatório anterior e nos relatórios mensais das escolas. Mesmo não existindo normas formais, os inspectores calculam que devem inspeccionar mais ou menos 10 escolas ao ano (De Grauwe, 2001).

Uma visita de inspecção completa de uma equipa de quatro inspectores em média, dura 8 horas, distribuídas em geral segundo o seguinte:
·         Inserção docente: 3 horas, dois inspectores em média
·         Visita de assessoria a docentes: 3 horas, 1 inspector em média
·         Visita de acompanhamento: 3 horas, 1 inspectora em média.
·         Visita de cortesia: 1 hora, 5 inspectores em média.

Uma visita típica consiste em:
·         Discussão com o director.
·         Reunião com os docentes.
·         Visitas às aulas.
·         Inspecção das instalações.
·         Discussão com os docentes, cujas aulas foram visitadas.
·         Discussão com todo o quadro docente.

6.1.4 Principais problemas enfrentados pelos inspectores

Os serviços de inspecção da Tanzânia – como em muitos países da região – enfrentam uma série de problemas que podem ser classificados em três categorias: falta de recursos; administração ineficiente e uma estrutura organizacional pouco adaptada à realidade actual.

A distância entre as oficinas e as escolas; o transporte e a estadia nos lugares transformam-se em problemas de peso para a gestão destes serviços.

As condições de trabalho são muito pobres, não têm escritórios apropriados; em alguns casos, são desalojados por falta de pagamento. Equipamentos e materiais de escritório insuficientes (computadores, arquivos, etc.). Inadequada provisão de diárias.

Tudo isto parece ser a principal razão pela qual entre 1992 e 1995 aumentou a percentagem de escolas que não tinham sido supervisionadas (de 75% em 1992 a 90% em 1995), tema que resulta preocupante dada a intenção de cobertura universal.
De Grauwe menciona que o corpo docente considera a inspecção insuficiente e ineficaz, devido à falta de visitas de acompanhamento, ao fato de que os inspectores não têm tido sucesso em resolver problemas práticos (como a falta de equipamento) e ao facto de que contam com a ajuda dos coordenadores de educação que poucas vezes têm o conhecimento e a autoridade para corrigir os problemas.
Os inspectores reconhecem que as visitas de seguimento são escassas, mas justificam que se devem a restrições financeiras. Além disso, os docentes queixam-se do tipo de comentários que os inspectores formulam, que tendem a ser mais desmoralizantes que inspiradores.

As condições de recrutamento e as demais condições de trabalho dos supervisores parecem estar à base desse problema.
Não estão claros os critérios para a selecção de candidatos a inspectores. De acordo com De Grauwe, nem sempre se consulta aos candidatos sobre o interesse ao posto de inspector. Essa situação implica o risco de favoritismo e, consequentemente, da designação de candidatos menos competentes e motivados.

Em 1997, a qualificação mínima dos inspectores ia desde o nível 0 (escola secundária) ao diploma. As cifras até 2001 (De Grauwe) mostram que, dos 428 inspectores de escolas primárias, 310 têm “nível 0” (titulação de nível médio), 2 têm “nível A”28, 114 possuem diplomas29, um tem diploma avançado e um o primeiro grau universitário.

Mencionam-se critérios não padronizados para o recrutamento (De Grauwe, 2001): um mínimo de 5 anos de experiência docente, mínimo de qualificação de nível A, bom desempenho como docente. De Grauwe antecipa alguns problemas no futuro com respeito à combinação das qualificações académicas com a experiência escolar. Uma particularidade é que os inspectores estão no mesmo escalão que os docentes; isso significa que não há diferenças nas condições do serviço, estrutura salarial nem outros benefícios.

No que se refere à formação e à capacitação para a função, os inspectores que acabam de ser nomeados devem seguir um curso de indução de três meses e ser supervisionados num período probatório de seis meses.

6.2.  A ESTRUTURA DO SISTEMA DE INSPECÇÃO EM  ZANZIBAR

 

Em Zanzibar, que tem uma realidade geográfica muito diferente, o sistema de inspecção organiza-se de modo bastante distinto:

Por um lado, não existe mais que um nível da administração; portanto, os inspectores de nível primário e secundário pertencem ao mesmo serviço, com base no nível central, o Ministério da Educação. A Divisão de Inspecção faz parte do Departamento de Serviços Profissionais e seu Director é o Inspector Chefe, seguido em hierarquia por Coordenadores. Eles organizam o trabalho dos inspectores de educação primária e secundária e dos assessores de docentes.

Os inspectores de primária são os responsáveis pelos distritos particulares, mas estão baseados no Ministério central. Existe, além disso, a figura do assessor docente. Os agentes têm poderes de assessoria maiores que os executivos, actuam na supervisão tanto de escolas públicas como privadas e seu trabalho tem descrições bastante específicas, assim como suas designações:
·         Inspectores de educação primária, Inspectores de educação secundária;
·         Inspectores de estudos religiosos e árabes.
·         Inspectores de trabalho jovem (Junior Work Inspectors, para junior classes).
·         Inspectores de directores.

A carga de trabalho em Zanzibar é menor do que na Tanzânia Continental; sustenta uma taxa de 14 escolas por inspector de educação primária com 64 docentes por inspector.

Zanzibar também compartilha algumas características com a Tanzânia Continental. Os inspectores também estão envolvidos na capacitação docente e no desenvolvimento curricular. Organizam capacitação em serviço e, como parte do Departamento de Serviços Profissionais, algumas vezes conduzem seminários pré - serviço. Também participam da preparação de manuais escolares.

6.2.1 Êxitos e desafios pendentes

Na Tanzânia, a falta de recursos tem múltiplas implicações e é um factor que claramente
diferencia este dos demais casos apresentados:
·         O número de inspectores não é suficiente para as escolas e os docentes.
·         A taxa escolas/inspector e docentes/inspector é muito alta. A carga de trabalho torna-se difícil de executar e é combinada com a carência de recursos financeiros e materiais.

6.2.2  Os problemas administrativos

·         Selecção e recrutamento de pessoal (especialmente no nível secundário),
·         Capacitação, formada por cursos ad hoc e não por um programa geral ou integrado de desenvolvimento profissional,
·         Desenvolvimento de carreira: para a maioria dos supervisores, o posto apresentado é a culminação de sua carreira, uma recompensa por muitos anos de serviço nas escolas, com o risco consequente de converter a inspecção num órgão conservador, com pouca motivação para inovar e procurar novos desafios.
·         Ausência de incentivos, apoio e avaliação. Até 2001, algumas tentativas de melhorar a situação haviam sido iniciadas, sem que tenha sido possível contar com avaliações que os permitam conhecer o sucesso ou fracasso de tais tentativas.

7. CONCLUSÃO

Em tudo que foi abordado neste trabalho pode-se concluir afirmando que a Inspecção é uma actividade que vem sendo desenvolvida pelos sistemas educativos dos finais do séculos XIX. Caracteriza-se por ter uma tendência de sair de uma gestão educacional centralizada para descentralizada.

Na Tanzânia usa-se a supervisão para fiscalizar e controlar as escolas (característica de algumas colónias Inglesas). O sistema educativo da Tanzânia assemelha-se ao de outros países vizinhos como o caso de Moçambique, diferindo por o último (Moçambique) não ter no sistema educativo a pré primária.

A estrutura do sistema de inspecção e supervisão na Tanzânia possui o nível central, regional e local com os respectivos inspectores para cada nível. Com o aumento da matrícula, posterior à independência decidiu-se separar a inspecção de nível primário da de secundário, descentralizaram-se alguns serviços e se criaram alguns serviços específicos de apoio.

Havia um elevado número de crianças que abandonava a escola no fim do nível primário devido a problemas de vária ordem. Principalmente a falta de dinheiro para pagar as várias taxas no ensino secundário.
O Ministério de tutela mandou abolir o pagamento de todas as taxas nas instituições de ensino formais para as crianças deslocadas. Agora, as crianças vítimas de deslocamento forçado e todos os filhos de mães solteiras não precisam pagar pela sua educação.

 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Terigi, F. (2009). Os Sistemas Nacionais de Inspecção/Supervisão Escolar. Revisão de
literatura e análise dos casos.

The Tanzania National Web Site. Disponível a 30 de Abril  de 2012 em

Inspecção. In: Dicionário Universal de Língua Portuguesa (2000). (2ª ed.) Maputo: Moçambique Editora

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