TUTORIA E SUPERVISÃO
PEDAGÓGICA - ISMMA
Gildo
João Manuel
MAPUTO, MAIO DE 2013
INTRODUÇÃO
A aprendizagem tutorial exige uma
estrutura predeterminada e predefinida. Este tipo de aprendizagem tem suas
raízes no cognitivismo. O tutor guia o tutorado com auxílio de um fio condutor
que atravessa uma grande parte linear das disciplinas. O tutor conhece as
necessidades e soluções, pelo facto de ter vivenciado, dificuldades semelhantes
e por conhecer formas de superá-las. Ele pode ser um grande amparo para o aluno
em todo o momento em que o aluno tutorado estiver sobrecarregado, intervindo e
auxiliando-o.
Esta estratégia de condução da
aprendizagem agrada muitos alunos, porque sentem-na pouco restritiva, pouco
limitadora, simplesmente porque acabam por aprender a dominar um bloco de
disciplinas de maneira muito eficiente, por ser-lhes também dada uma série de
dicas sobre métodos de estudo e formas de apreensão das matérias.
Representantes do construtivismo rejeitam esta estratégia e concentram-se na
descoberta da aprendizagem, o que o treinador será mais qualificado.
O ISMMA, começou em 2010 uma fase naquilo que
eram o término dos cursos superiores aí ministrados, pois foi a partir desse
ano que iniciou com as defesas de licenciatura em Ciência da Educação, outrora
tinha a licenciatura em Ciências Religiosas que este tinha outros moldes, pois,
pressuponha a defesa das trinta teses fornecidas pela pontifícia Universidade
Urbaniana de Roma, a qual outorgava o grau de licenciatura em Ciências
Religiosas, cursos esse não oficial em Moçambique.
Findo o período das defesas em 2010
viu-se na necessidade de se fazer a avaliação do trabalho feito e sendo a
primeira experiência claro teve lacunas e avanços nessa óptica de ideia,
concluiu-se que deveria se aperfeiçoar todos os intervenientes nestes processo,
refira-se aos docentes que acompanham a elaboração das monografias, aos docentes
arguentes no período da defesas dentre outros.
Foi nesse âmbito que o centro de
pesquisa e tecnologia do ISMMA, em colaboração coma direcção pedagogia levou a
primeira formação dos supervisores e tutores do ISMMA.
É importante aqui esclarecer o uso dos termos supervisor e tutor no ISMMA,
o primeiro refere-se aos docentes que acompanham os estudantes estagiários nas
escolas, nos centros sociais a esses designamos supervisores.
O supervisor de ensino actua
junto ao corpo docente das instituições de ensino, coordenando as práticas pedagógicas, bem como acompanhando o desenvolvimento do
currículo.
O trabalho desenvolvido pelo supervisor de ensino envolve professores, directoria, alunos e pais de alunos.
Com os docentes, se reúne individualmente ou em grupo para troca
de ideias/experiências sobre o trabalho a ser realizado em classe, efectivando
a planificação através da contemplação do currículo escolar. Promove ainda, momento para reflexão sobre o trabalho desenvolvido em
sala de aula com o objectivo de melhorar os resultados obtidos, referentes a
aprendizagem do educando.
Com a direcção da escola, participa organizando, acompanhando e
desenvolvendo todo o processo de Plano de Acção para o referido ano lectivo, realiza reunião de pais, viabiliza situações de
Estudo do Meio e outras que são necessários recursos materiais, entre outras.
Com alunos, promove acompanhamento regular das actividades propostas, bem
como das avaliações e seus resultados. Realiza encontros individuais ou em
grupo para sondar ideias, opiniões, dúvidas, expectativas, angústias, etc.
Com os pais, constrói os elos de ligação entre aluno, família e escola,
através de uma relação de confiança, de diálogo, de orientação, de acompanhamento individual, visando a efectiva
aprendizagem do educando.
Os docentes que acompanham a
elaboração das monografias para a licenciatura designámo-los de tutores, pois,
o tutor é um guia, um mestre,
conselheiro, alguém que tem vasta experiência profissional no campo de trabalho
da pessoa que está sendo ajudada. A tutoria inclui conversas e debates
a cercas de assuntos que tem a ver com o seu trabalho. Este processo
possibilita o aprendizado e consequente desenvolvimento na carreira do profissional
mais jovem.
Esta ficha surge como tentativa de
passar por escrito aquilo que foram os assuntos ou temas partilhados com vários
intervenientes no processo e constitui para nós uma experiência a partilhar,
ciente de que este ainda constitui um trabalho inacabado, abrimos espaço para
criticas e contribuições com vista ao melhoramento deste trabalho, para o bem
do ISMMA.
OBJECTIVOS DA CAPACITAÇÃO
Espera-se com estes módulos que os
participantes sejam capazes de:
Identificar métodos eficazes para a
prática duma investigação;
Desenvolver
as competências essenciais para a função de tutoria, incluindo modelagem, a
observação de aulas, discussão, feedback, coaching[1],
planeamento de acções e avaliação e autoavaliação
Aumentar a conscientização e
compreensão dos desafios e oportunidades que o processo de investigação,
supervisão e tutória pode fornecer
Desenvolver os conhecimentos e
competências de análise reflexiva e co-investigação através do processo de
tutoria;
Resultados
esperados:
Os participantes deverão ser
capazes de:
Identificar e avaliar os elementos
essenciais e complementares duma investigação;
Usar
o processo de investigação para desenvolver suas habilidades profissionais e
qualidades, como comunicação, aconselhamento, colaboração
Construir e aplicar um plano de
acção destinado a melhorar a sua prática tutoria;
Apoiar os futuros professores a
identificar as suas necessidades de aprendizagem profissional;
Aplicar as competências básicas de
orientação eficaz para a situação de sala de aula, incluindo: actuando como um
advogado para garantir os futuros professores têm acesso a oportunidades de
formação profissional, concordando um foco para a observação de episódios de
ensino, avaliação, fornecendo feedback construtivo e fixação de metas;
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Metas pessoais:
1.
O que gostaria de
alcançar com esta capacitação?
2.
Durante este capacitação
gostaria de adquirir mais conhecimento sobre o quê?
3.
Gostaria de obter
respostas para as seguintes questões:
3.1. As habilidades de ser tutor?
3.2. As habilidades de ser supervisor?
3.3. As habilidades de ser um
investigador cauteloso?
SUPERVISÃO PEDAGÓGICA
Supervisor é aquele que
supervisiona (orienta, dirige, inspecciona); indivíduo com experiência de
realização ou adoptado de especialização técnica.
A Supervisão implica “olhar de uma forma abrangente,
contextualizadora, interpretativa e prospectiva” (Alarcão, 1995:5), isto é,
lançar o olhar sobre o fenómeno na vertente do passado, e do futuro,
projectando-o no presente. A supervisão não é uma visão super mas sim sobre,
uma visão entre outras possíveis.
A supervisão é um meio de providenciar apoio, desafiar a extensão da aprendizagem de uma pessoa através de orientação de outra que é mais competente, conhecedor e experiente, particularmente em relação ao contexto onde a aprendizagem está tendo lugar.
Requisitos necessários
para uma supervisão
A
supervisão requer que o indivíduo tenha mente aberta para enfrentar as crenças
e valores e aceitar que a sua visão de leccionação é apenas a única;
-
Ser acessível, apoiar e ter uma atitude positiva e encorajadora;
-
Capacidade de fazer uma crítica construtiva, entusiasmo pelo ensino, fonte de
inspiração.
Cada
contacto que se estabelece com o estagiário ocorre uma aprendizagem ou seja
este coloca-se numa posição de pesquisador contínua para prática de ensino e
aprendizagem, por outro lado cada etapa é uma oportunidade para auto crítica
que leva ao supervisor e o estagiário a renovar a sua atitude.
Etapas
de uma supervisão
O
processo de supervisão envolve a interacção entre supervisor e estagiário que
pode ocorrer em dois momentos ou mais a destacar:
-
A pré-observação (antes de estar dentro da sala de aula) que consiste no
acompanhamento dos planos (nos planos de
aula ao definir os objectivos da aula temos que ter em conta 3 níveis de
orientação: Afectivo, psico-motor, e cognitivo), elaboração das fichas para
os aluno e todo material necessário para a leccionação;
-
A observação (dentro da sala de aula) este consiste em assistir a maneira como
o estagiário transmite a matéria aos alunos.
-
A avaliação ocorre após a leccionação onde o supervisor senta com o estagiário
para avaliar a sua actuação num ambiente familiar e profissional, isto é, uma
interacção construtiva. O estagiário deve ter mais tempo para se expressar do
que o professor. Ex. Como é que avalia a sua aula? Que aspectos acha que deve
trabalhar mais?
Linhas de acção do supervisor
-
Analisar, intermediar, desafiar, orientar, confrontar, direccionar, interagir,
avaliar, guiar, escutar, moldar, observar, questionar, reflectir, relacionar,
compartilhar, apoiar todas etapas e tarefas do estagiário para que processo do
ensino e aprendizagem ocorra duma forma eficaz;
-
Apoiar o estudante a aprender a partir da experiencia dos outros, explicar a
eles sobre a planificação;
-
Apoiar os estudantes a aprender através da sua experiência de leccionação,
Assistir a sua planificação.
Os
princípios da supervisão
O
modelo de supervisão basea-se nos seguintes princípios:
O professor orienta o aluno e leva
o aprender – é um processo activo para a construção de conhecimentos e
desenvolver habilidades, atitudes e competências;
Ele deve criar condições para que
os estudantes aprendam na prática da prática, isto, da experiência da sala de
aula, integrando o conhecimentos adquirido no ISMMA, o resultado deste processo
tem em vista competentes ou seja: sabem ensinarem bem: saber ser (têm atitudes
correctas); saber fazer (têm habilidades)
O estágio é o espaço central onde o
estudante transforma tudo que aprendeu como teoria em acções concretas;
Os estagiários são activos e
discutem com o supervisor sobre o que fizeram e porque fizeram.
A supervisão reflexiva é um
princípio fundamental para o supervisor e ensino cooperativo, é o princípio fundamental
a ser aplicado pelo estudante – professor.
Modelo
integrado de supervisão

REFLEXÃO
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ISMMA
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CAMPO
DE ESTÁGIO
Ser
modelo
|
Missão do supervisor









Um bom supervisor dirige-se para os
professores mas relança para os alunos, focalizando a sala de aula, preocupa-se
com o desenvolvimento individual dos professores…
Perguntas para reflexão
grupal ou individual
1-
O que supervisionar?
2-
Como supervisionar?
3-
O que está a supervisionar?
4-
Como está a supervisionar?
5-
Qual é sua percepção sobre um professor ideal ou bom e que habilidades deve
ensinar aos alunos?
Independentemente
das estratégias utilizadas os professores devem seguir as seguintes etapas:
-
Rever e verificar o trabalho dos dias anteriores;
-
Apresentar novo material;
-
Proporcionar práticas guiadas;
-
Apresentar o feedback e correcções baseadas em respostas aos estudantes;
-
Definir actividades para serem feitas independentemente;
-
Fazer avaliações (sistemáticas, continuas) com vista a consolidação da
aprendizagem.
Toda
actividade pressupõe certas habilidades para a pessoa que executa e a
supervisão não foge da regra e como advoga Silva (1981), o supervisor deve ter
as seguintes habilidades de comunicação:
Saber
ESCUTAR;
Saber
CONCRETIZAR;
Elaborar
PERGUNTAS ABERTAS;
Saber
ACEITAR;
Fazer
SELÊNCIO
Saber
RELACIONAR-SE
TUTORIA
Tutoria é o exercício de tutela;
cargo ou autoridade de tutor; protecção; amparo; defesa.
Tutoria é sempre responsabilidade
do professor, bons tutores requerem um bom treino;
A tutória providencia uma
oportunidade para aprender e melhorar a própria prática de ensino ou
investigação.
No sistema de tutoria, tutores devem estar capacitados
a captarem as expectativas, necessidades, interesses, formas de aprender e
falhas de aproveitamento do estudante.
Desta maneira, o professor tutor pode sugerir alterações na forma como o estudante desenvolve os estudos, criando situações diferenciadas de aprendizagem de acordo com as necessidades individuais e da linha da pesquisa em causa.
Desta maneira, o professor tutor pode sugerir alterações na forma como o estudante desenvolve os estudos, criando situações diferenciadas de aprendizagem de acordo com as necessidades individuais e da linha da pesquisa em causa.
Tutor indivíduo encarregado
legalmente de tutelar alguém; protector; defensor;
Os tutores devem mostrar a
disposição de avaliar as suas práticas pedagógicas articular e compartilhar com
os estudantes.
A tutoria também chamada de mentoring
é um método
muito utilizado para efectivar uma interacção pedagógica.
Os tutores acompanham e comunicam-se com seus alunos de forma sistemática,
planejando, dentre outras coisas, o seu desenvolvimento e avaliando a eficiência
de suas orientações de modo a resolver problemas que possam ocorrer durante o
processo.
O
tutor, como figura modelar – reflexo do modelo da instituição – deverá ser
descrito e entendido através da análise de um conjunto de competências
relacionais e técnicas que circunscreve na organização, sistematizando-as e
dando-lhes forma, de modo a potenciar a sua realização em todos os programas e
por todos os seus membros
Perguntas para reflexão
grupal ou individual
1- Tutor o que está a orientar
2- Como está a orientar?
O que é ser tutor?
Será que as actividades que
desempenho tem a ver com a actividade de tutória?
Características
eficazes de tutoria
Para exercer o cargo de tutor exige
que o indivíduo apresente no mínimo as seguintes características:
Preparado para a actualização
permanente dos seus conhecimentos à luz da investigação,
Alto sentido de responsabilidade e
comprometimento;
Ser acessível, apoiar, e ter uma
atitude positiva e encorajadora;
Mente aberta e aceitar que a sua
visão de leccionação não e apenas a única
Capacidade de articular os seus
conhecimentos profissionais;
Capacidade de fazer uma crítica
construtiva;
Entusiasmo pelo trabalho que lhe
foi confiado; ser fonte de inspiração
Princípios
de tutoria
·
Definir metas e
desafios pessoais
•
Compreender porque
diferentes abordagens funcionam, as teorias que sustentam a nova prática
•
Experimentar e observar,
inovar, assumir riscos e buscando novos conhecimentos;
•
Usar recursos
efectivamente: tempo & outros recursos para proteger e sustentar diariamente
a aprendizagem, acção e reflexão.
•
Relacionamento
reflexivo: confiança, respeito, sensibilidade aos aspectos emocionais de
profunda aprendizagem profissional;
FUNÇÕES DO TUTOR
Como se fez referência a tutoria é
uma missão muito delicada que pressupõe a entrega e abertura do tutor e esta abertura carrega consigo uma
grande responsabilidade e profissionalismo, assim conforme Alarcão
(1995), cabe a ele as seguintes funções:
- Motivar e despertar o interesse dos alunos no
desenvolvimento das práticas propostas
- Orientar o aluno nas dificuldades que eles encontrem
mantendo contacto estreito com os professores especialistas;
- Ampliar o conjunto de informações sobre novos
materiais, artigos, textos e endereços da internet. Desta forma, os alunos
podem completar o material que necessitam para concluir com sucesso as tarefas
propostas;
- Avaliar de forma contínua o progresso dos estudantes sob sua responsabilidade;
- Actuar junto a outros tutores e junto aos professores especialistas ampliando a visão da avaliação individual dos estudantes e identificando as falhas presentes nos materiais e nos trabalhos propostos.
- Avaliar de forma contínua o progresso dos estudantes sob sua responsabilidade;
- Actuar junto a outros tutores e junto aos professores especialistas ampliando a visão da avaliação individual dos estudantes e identificando as falhas presentes nos materiais e nos trabalhos propostos.
- Deve ser um elemento crítico e mediador e incentivar
os alunos a trabalharem por si próprios nas actividades previstas
RESPONSABILIDADE
DO TUTOR
·
Discutir
com o estudante os objectivos do trabalho;
·
Apoiar
o estudante na preparação do plano do trabalho;
·
Apoiar
o estudante na pesquisa bibliográfica;
·
Verificar
o cumprimento do plano de trabalho;
·
Ter
encontros periódicos com o estudante;
·
Apoiá-lo
na elaboração do relatório e preparação da defesa entre outras.
RESPONSABILIDADE DO ESTUDANTE
·
Produzir
o material escrito;
·
Ter
encontros regulares;
·
Ser
honesto e apresentar sempre as suas preocupações e sucessos;
·
Seguir
os conselhos do tutor;
·
Discutir
sempre com o tutor os resultados da investigação;
·
Ser
ele mesmo o protagonista da pesquisa.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Alarcão,
I. (1995). Supervisão de professores e
Inovação Educacional, Editora: Centro de Investigação, Difusão e
Intervenção Educacional.
Duarte
Sleta e tal. (2008). Manual de supervisão
de práticas pedagógicas, Maputo.
Feio,
R. (2003). Gestão de Projectos com Microsoft Project 2002. Editora de
Informática FCA,
Muller,
N. Milici (2006). Acredito em – Técnicas
para desenvolver a auto-estima dos alunos. Editora Vozes Petrópolis.
Richardson,
R. Jarry. (2009). Pesquisa Social –
Métodos e Técnicas, Editora Atlas, 3ª edição revista e ampliada, São Paulo,
Brasil.
Silva,
Noura S.F. C. de (1981). Supervisão
Educacional – Uma reflexão crítica, 6ª Edição, Editora Vozes
[1] Coaching
é uma gíria
que surgiu nas universidades norte-americanas para definir um "tutor
particular". O coaching preparava os alunos para exames de
determinada matéria. Com o tempo passou a ser usada também para se referir a um
instrutor ou treinador de cantores, atletas ou atores. A palavra coaching
vem da palavra inglesa "coach" e significa treinador. Esse
treinador tem o objectivo de encorajar e motivar o seu cliente a atingir um
objectivo, ensinando novas técnicas que facilitem seu aprendizado.
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