
INSTITUTO SUPERIOR
MARIA MÃE DE ÁFRICA
Licenciatura em Acção Social
REFLEXÃO DA SITUAÇÃO
DA MULHER RECLUSA NA CADEIA FEMININA DE NDLAVELA EM RELAÇÃO AOS DIREITOS
HUMANOS
O grupo de Estudantes
Ermelinda
Momad
Virgílio
Mondlane
Ermelinda
Alberto
Eva
Albertina Júlio
Maria
Felicidade
Aida
Alfinete
Dadiva
de Jesus Fernando
Disciplina: Direitos Humanos e Cidadania
Docente: Gildo João Manuel
MAPUTO, MAIO DE 2012
ÍNDICE
Gráfico 7.1.1- Tem algum filho
neste Centro de Reclusão…………………………… 10
Gráfico 7.1.2 - Onde passam o
dia e quem cuida dela…………………………………10
Gráfico 7.1.3 - Como são tratadas as crianças na
creche……………………………...11
Gráfico 7.1.4 - Acha que este
ambiente contribui positivamente ou negativamente para o desenvolvimento dessas
crianças……………………………………………………….12
Gráfico 7.1.5 - Qual sua
naturalidade………………………………………………….12
% …………………………………… Percentagem
F …………………………………… Frequência absoluta
Fa …………………………………..., Frequência
absoluta acumulada
ISMMA…………………………… Instituto Superior Maria Mãe de África
SPSS………………………………... Statistical
Package for Social Science
O presente trabalho
é o culminar de uma pesquisa com vista a trazer informações referente ao tema, reflexão da situação da mulher reclusa na cadeia
feminina de Ndlavela em relação aos direitos humanos, no qual aborda o problema
patente no relatório (2011), que afirma verificar-se um elevado número de
crianças que nascem e vivem em ambiente de reclusão. Com vista a analisar até
que ponto este fenómeno contribui ou não para a violação dos Direitos Humanos.
Tendo como objectivo geral reflectir sobre a situação do elevado número de
crianças que nascem e vivem em ambiente de reclusão e como objectivos específicos perceber a situação
real dessas crianças assim como descobrir formas de inserir as mesmas no seio
familiar.
Este
problema, provavelmente seja causado pelo desamparo
familiar ou a falta de conhecimento por parte da família das mulheres reclusas.
Para inverter
esta situação, pretende-se reintegrar a criança no seio familiar bem como
localizar os familiares das mulheres reclusas e informá-los da situação
corrente e da condição da criança.
O tema foi proposto, pelo docente da
cadeira, aos estudantes que viram a necessidade de defender e implementar os
conhecimentos adquiridos durante as aulas de Direitos Humanos e Cidadania.
Este tem como
especial importância reflectir sobre a situação da criança acima referenciada
com vista a reverter a sua condição.
O grupo acredita
que para a sociedade, o estudo permitirá que haja uma grande mudança no
relacionamento das mulheres reclusas, dessas crianças com os familiares e com
as comunidades.
Para a ciência, esta reflexão, levantará
problemas que levarão a investigação e a aquisição de técnicas de transmissão
de conhecimentos nas comunidades, como forma de educar a rapariga para uma vida
adulta mais responsável, evitando que futuramente cometa actos que a leve a
sanções de género.
As recomendações
do mesmo, possivelmente ajudarão a reduzir situações idênticas que directa ou indirectamente
afectam o desenvolvimento dessas mulheres reclusas e suas crianças, seus
familiares, comunidades assim como do desenvolvimento do nosso belo país.
No âmbito da
pesquisa, escolheu-se o método dedutivo, que parte do geral para o particular
do qual colheu-se o depoimento de 30 mulheres reclusas,
através do método de amostragem aleatória e fazer-se-á incidir as suas análises
sobre os conhecimentos desse campo.
Assim sendo, recorreu-se a pesquisa-campo, obtido
através da observação directa, no Centro de Reclusão Feminina de Ndlavela,
através do método de amostragem aleatória e faz-se incidir
as suas análises sobre os conhecimentos desse campo.
O trabalho é de natureza qualitativa, e
tem como instrumento de recolha de
dados o inquérito e
observação directa. O tratamento de dados será feito recorrendo a tabelas e gráficos, recorrendo
a medidas estatísticas como moda, média e mediana.
Neste tópico, abordar-se-á
assuntos relacionados com a situação de reclusão em relação aos Direitos
humanos. Salientar que para o mesmo recorreu-se ao uso da pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental, que consiste na
consulta de livros de várias obras de autores a expor no decurso do relatório,
e a relatórios de instituições prisionais, de forma a dar sustentabilidade a
fundamentação teórica.
Os autores a mencionar, irão
confrontar com outros autores, que sustentarão o problema em questão, onde
deles tirar-se-á uma aprendizagem, que tornará facilitada a explicação, como
forma de trazer solução para o mesmo.
Para
concretizar esta dissertação, apresentar-se-á as principais ideias extraídas de
alguns autores como Bandeira (1996), Santana (2005), assim como Negrão (2001), que
servirão de suporte científico para a realização do trabalho científico.
No que concerne ao direito e visto que todo o cidadão, tem direitos dos
quais se deve respeitar. Na concepção de (Mole, 2012). Entende-se por direito
ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos homens em sociedade. Por outras palavras pode-se dizer que
é uma ordem normativa composta por normas jurídicas gerais e abstractas,
obrigatórias assistidas de protecção coactiva, que regulam a vida do homem nas
suas relações.
Declaração universal dos direitos humanos (1998), afirma que: Direitos
Humanos são todos os direitos inalienáveis do ser humano que condicionam e
determinam a dignidade da pessoa Humana assente nos valores de liberdade, de
igualdade, de justiça e da paz, do Homem sem quaisquer formas de descriminação
baseados em raça, cor, origem, língua, religião ou por qualquer factor de
descriminação.
Ressalvar que alguns indivíduos mesmo na plena consciência procuram
privar os outros do gozo dos seus direitos devido a raça.
Bandeira, et al (1996:178),
considera a “criança em situação de risco
quando o seu desenvolvimento não
ocorre de acordo com os parâmetros da sua cultura”. Dado que as crianças
que nascem e crescem em regime de reclusão, adquirem uma cultura, cujo os
valores transmitidos entram em contradição com a cultura familiar.
Santana (2005:166), afirma que: “desde 1990, as instituições estão sendo adequadas as configurações
organizativas propostas pelo Estatuto da criança e do adolescente. Numa outra
visão, as instituições criadas nos centros de reclusão, com vista a educação e
socialização das crianças, deveriam
estar no seio da sociedade”. Dizer que devia se criar condições para que estas
estejam com os familiares e não como reclusos, juntamente com as organizações
de caridade, no sentido destas crianças serem assistidas nas creches dentro da
sociedade.
Neste âmbito, as instituições
viradas na educação e apoio a criança vulnerável, devem privilegiar a
convivência familiar da criança e da comunidade em detrimento da
institucionalização, tomando em consideração que são sujeitos de direitos e
deveres o que na prática envolve algumas mudanças como garantia a educação
formal, inserção na família e na comunidade.
Negrão, J. et el (2001), explica que os Centros os têm
a função de regeneração pelo trabalho contra limitações de vária ordem. No
concernente a esta função, é de notar que alguns utentes não aderem ao trabalho
para a regeneração, o que leva a crer que deve uma falha no programa e que haja
uma necessidade de alteração do mesmo.
De acordo com AA.VV. (2002;3), “Recluso é uma pessoa suspeita ou condenada
pela prática de um crime”. Nesta
linha de ideia dizer que o grupo considera aquelas crianças reclusas apesar de
não serem suspeitas ou condenadas pela pratica de algum crime mas por se
encontrarem privadas de sua liberdade.
Segundo AA.VV. (2002;3), “Reclusão
é uma situação em que um indivíduo se encontra
sob custódia das autoridades”. Pode estar na cadeia formal a cumprir uma
pena de prisão como pode estar numa cela provisória da polícia, do tribunal ou
doutra instituição com competência para o efeito.
Segundo AA.VV. (2002;5),ˮ Direitos
do recluso são aqueles que decorrem na condição
humana do recluso, aqueles que correspondem à condição humanaˮ. Por outro
lado, os direitos especiais que são os direitos de natureza jurídica do cidadão
recluso. Esta concepção leva a entender que apesar do recluso ter transgredido
as leis ainda continua com direitos que jamais lhe serão negados.
As prisões são consideradas lugares de controlo de criminosos, ladroes,
violadores de leis, traficantes entre outros. Assiste-se desde os anos 1980,o
crescimento de detenção de mulheres normalmente interceptadas nos aeroportos
como corredor de droga, grávidas ou acompanhadas dos filhos em idades precoces.
Para a realização foram necessárias, algumas informações junto do
Centro Feminina de Ndlavela, no sentido de melhor compreensão do problema em
estudo.
Para que a investigação se pudesse concretizar, foi fundamental a
anuência da Direcção Nacional das Prisões, que se permitiu a realização do
estudo no centro.
O Centro de Reclusão Feminina de Ndlavela localiza-se na Província de
Matola, cidade de Maputo, tem capacidade de albergar 300 reclusas e funciona como
cadeia central para o cumprimento de penas excepcionalmente como prisão
preventiva, foi fundado em Setembro de 1999, pelo Diploma 102∕99.
O povoado situa-se na periferia do bairro Ndlavela com 60 mil
habitantes, a sua estrutura orgânica tem duas escolas primárias, um Posto de
Saúde, o Centro de Reclusão Feminino, o Quartel, a Sonef e o Posto
Administrativo. No centro as mães desenvolvem certas actividades como
avicultura, culinária, corte e costura.
Os fundos para estas actividades vêm do próprio centro, das igrejas e
outras instituições.
Dentro da creche, as crianças aprendem a cantar, escrever, dançar e ao
final do dia elas regressam as celas da onde as mães se encontram. As crianças
podem ficar no centro ate completarem 5 anos e depois são entregues aos
familiares, que cuidam delas até as mães sarem da cadeia.
No um âmbito do sistema prisional, existem dois
regimes que em parte determina a condição do indivíduo, que o recluso tem
direito á audiência e subsequentes á prisão ou captura. Esses regimes são tão
importantes porque visam salvaguardar os direitos do detido assim como do
recluso.
O
detido é uma pessoa que se encontra privada da sua liberdade de forma
provisória por suspeita da prática de um crime, assim o detido ainda não foi
condenado, portanto, goza ainda da presunção de inocência, pois espera o fim
das investigações e o julgamento ou decisão do tribunal. AA.VV. (2002)
É
uma pessoa privada da sua liberdade como consequência de condenação pela
prática de um crime. Um indivíduo só é considerado condenado depois de uma
sentença, ou seja, de uma decisão do tribunal competente. Note-se que ninguém
pode cumprir uma pena de prisão sem ter sido, primeiro, julgado e condenado por
um tribunal. Só o tribunal tem a competência para condenar alguém. AA.VV.
(2002).
3.3 Direitos genericamente conhecidos ou exercidos pelo recluso
Segundo
AA.VV. (2002,5), “Direitos do recluso são
aqueles que decorrem na condição
humana do recluso, aqueles que correspondem à condição humana”. Por outro
lado, os direitos especiais que são os direitos de natureza jurídica do cidadão
recluso.







Consta
ainda no Direitos do recluso (2002;7) que,
“ além dos acima referidos, existem ainda direitos especiais dos quais o
recluso deve conhecer”.



A
responsabilidade de cuidar da criança vulnerável cai sobre uma variedade de
participantes, principalmente os pais e outros parentes, mais igualmente sobre
as ONGs, os Governos e a comunidade internacional.
No
contexto moçambicano a criança em situação difícil tem uma prioridade especial
pela necessidade de apoio material, moral, educativo e afectivo, com vista a
sua reintegração social merecendo a maior atenção dos programas específicos da
Acção Social, ministrados pelo Ministério da Mulher e da Acção Social.
Devem
ser tratados com justiça e dignidade de modo a respeitar-se a sua personalidade
e os direitos e interesses jurídicos não afectados pela sentença.
Durante
o período de internamento dos reclusos, os serviços prisionais promovem um
conjunto de serviços sócias básicos que compreendem o contacto com o mundo
exterior através de saídas precárias, organizadas e visitas de familiares,
assim como actividades de recreio e facilita a prática religiosa.
Salientar
que o tratamento do recluso, segundo a Politica Prisional (2002;24), “tem em vista a sua reabilitação e
consequente reinserção social na comunidade”.
A
ocupação dos reclusos em actividades produtivas e o acesso a uma variedade de
oportunidades de trabalho favorece o seu desenvolvimento psico-social
harmonioso na perspectiva da sua futura reinserção social, neste sentido, è
estimulada a criação de pequenas unidades produtivas capazes de acolher
brigadas de trabalho, assim como o envolvimento de recluso, já condenados a uma
pena em empreendimento e trabalho de utilidade pública.
A
prática desportiva nos estabelecimentos prisionais é encorajada como elemento
que contribui para a saúde física e o equilíbrio psicológico do indivíduo
devendo ser definidas as modalidades mais adequadas as condições do
estabelecimento e ao tipo da sua promoção.
Durante
a sua permanência no estabelecimento prisional, os reclusos beneficiam de
assistência sanitária e serram submetidos a exames de rastreio periódicos,
nomeadamente para a prevenção do HIV/SIDA.
Os
reclusos doentes e idosos, são separados dos outros na medida do possível
quando o convívio puser em causa o seu estado de saúde. As mulheres grávidas
são prestadas assistência adequada a seu estado.
Segundo
Sistema prisional em Moçambique (2000), os estabelecimentos prisionais
moçambicanos, são caracterizados pelo avançado estado de degradação das suas
instalações, excepto os centros prisionais abertos após a independência.
A
maior parte das cadeias foram construídas durante o período colonial entre os
finais dos anos 30 e o início da década 60 e raramente beneficiam de trabalho
de reabilitação. Dos quais destacam-se a cadeia central da Beira, cuja
construção data do início do século XX, e a cadeia feminina de Ndlavela cuja
construção terminou em 1998.
As
cadeias distritais, têm um pequeno edifício central que serve para albergar os
reclusos e duas casas de construção precária: uma servindo de permanência e
outra de cárcere para mulheres. Neste os reclusos praticam a agricultura e
fazem criação de animais pequenas espécies. Sistema prisional em Moçambique
(2000,29). “O estado das instalações é
mau e a cadeia não dispõe de água corrente”.
Na
entrada da cadeia fica situada a guarita por onde todos devem passar para ter
acesso a área ocupada pelas reclusas, a área destinada as reclusas é composta
por pavilhões, refeitórios existe um pátio usado como lugar de recreio. As
celas embora amplas apresentam-se superlotadas, albergando cada 25 reclusas em
média.
As
reclusas com bebés são separadas das outras. A segurança é normalmente
assegurada por guardas que trabalham na maior parte dos casos em turnos de 24
horas, durante as quais se vão revisando nas tarefas de controlo das entradas e
saídas.
7. ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS
Neste tema,
apresentar-se-á as questões que permitiram o levantamento de dados que
possibilitou a elaboração do trabalho, assim como a caracterização das
inquiridas, a interpretação dos gráficos assim como a sua análise.
Para se obter algumas opiniões relacionadas com
a matéria foram inqueridas 30 mulheres no universo populacional de mulheres reclusas
do Centro de Reclusão Feminina de Ndlavela. Os dados foram colectados utilizando-se
um inquérito semi-estruturado contendo um questionário com vista a colecta de
dados para conhecer a situação actual das mesmas em relação a seus filhos.
O leque
foi constituído de 6 perguntas abaixo mencionadas: as questões que conduziram ao
conhecimento da sua situação e levarão a uma solução do problema são:
Tem algum filho neste Centro de Reclusão; Onde
passam o dia e quem cuida dela; Como são tratadas as crianças na creche; Essas
crianças têm algum contacto com os familiares fora do centro; Acha que este
ambiente contribui positivamente ou negativamente para o desenvolvimento dessas
crianças; Qual a sua naturalidade.
O trabalho exposto objectiva, caracterizar a
criança que nasce e cresce em regime de reclusão. Ora vejamos que nestas crianças,
existe um mau tratamento na creche, numa percentagem de 11% e um ambiente
negativamente para o desenvolvimento delas na percentagem de 14%. Pois, é um
cenário muito triste, visto que a criança é o garante para o amanha, sendo esta
o futuro do nosso País. Frisar também que as mulheres inqueridas a maioria são
naturais de Inhambane numa percentagem de 47%.
Tem algum filho neste Centro de Reclusão?

Gráfico 7.1.1 Tem algum filho neste Centro de
Reclusão
Do
estudo efectuado verificou-se que 47% dos elementos da amostra que constitui ao
número de 14 reclusas, afirmam ter um filho dentro do centro de reclusão,
constatou-se ainda que 53% correspondente a 16 reclusas inqueridas não tem
filhos no centro, apesar de a minoria correspondente a 47% não ter filhos
dentro do centro a situação não é satisfatória pois, leva a concluir que existe
um número considerável de crianças, vivendo em ambiente inapropriado e privadas
de liberdade.
Onde passa o dia e quem cuida dele?

Gráfico 7.1.2. Onde passa o dia e quem cuida dele
Santana (2005:166), afirma que desde 1990 as
instituições estão sendo adequadas as configurações organizativas propostas
pelo estatuto da criança e do adolescente, estas instituições criadas nos
centros de reclusão mostram claramente em socializar, educar essas crianças que
vivem em regime de reclusão.
O gráfico visualiza esta questão mostrando que
53%
que constitui a maioria passam o dia na creche local na companhia das
assistentes e 47% que
corresponde a minoria passam com as respectivas mães reclusas.
Como são tratadas as crianças na creche?

Gráfico 7.1.3. Como são tratadas as crianças na
creche
Do
estudo efectuado num universo de 30 elementos 47% correspondente a 14 elementos
respondeu que as crianças são bem tratadas, 37% correspondente a 11 elementos
respondeu que as crianças são mal tratadas e os restantes 16% correspondente a
5 elementos admitiu que os cuidados dedicados os crianças eram razoáveis.
Os
dados aqui apresentados mostram que existe uma necessidade de se melhorar as
formas de tratamento das crianças.
Essas crianças têm algum contacto com os familiares
fora do centro?

Gráfico7.1.4. Essas crianças têm algum contacto
com os familiares fora do centro
Do
estudo efectuado num universo de 30 elementos, encontramos que 37%, correspondente
a frequência de 11, respondeu que as crianças tinham sim contacto com os
familiares, e na mesma percentagem, encontram-se as que não têm contacto com os
familiares. Por tanto, com a menor percentagem correspondente a 26,
encontram-se as que não têm nenhum contacto com os familiares.
Acha que este ambiente contribui positivamente ou
negativamente para o desenvolvimento dessas crianças?

7.1.4 Acha que este ambiente contribui positivamente ou negativamente para
o desenvolvimento dessas crianças
Do estudo efectuado num universo
de 30 elementos, 33% correspondente a 10 elementos respondeu que o ambiente contribui positivamente no
desenvolvimento das crianças dado que elas se encontravam perto das mães, 47%
correspondente a 14 elementos consideram que aquele ambiente contribui
negativamente pois não é o ambiente propicio para crianças e pode afectar negativamente a saúde psíquica e física das
mesmas, e os restantes 20%
correspondente a 6 elementos afirmou que não tinha uma opinião formulada sobre
o assunto.
Qual a sua naturalidade?

Gráfico 7.1.5. Qual a sua naturalidade
Observando o gráfico, num universo de trinta (30) reclusas inqueridos,
correspondentes a 100%, ao se procurar saber qual era a naturalidade das reclusas,
47% correspondente a 14 reclusas afirma ser naturais da província de Inhambane,
30% correspondente a 9 elementos são naturais de Gaza e os restantes 7
elementos que constituem a 23% afirmam ser da Província de Maputo.
CONCLUSÃO
Depois do trabalho efectuado no campo,
conclui-se que a reclusão constitui um entrave para o pleno gozo dos direitos humanos.
Entre várias situações difíceis que afectam a mulher, o fenómeno reclusão
apresenta-se hoje como uma das maiores preocupações no seio da sociedade porque
em muitos casos coloca os filhos privados de liberdade e consequentemente
incapazes de viver plenamente a sua condição de criança.
A mulher é o ponto de equilíbrio de
qualquer família, referência incontornável na educação dos filhos, a sua
reclusão e afastamento dos filhos interfere em todo processo de socialização da
criança.
A pesquisa mostrou que existe um
aumento do número de mulheres que cometem crimes e por vezes em idade precoce
como é o caso observado de uma menor de 16 anos que se encontrava detida na
Centro de Reclusão Feminina de Ndlavela, o que mostra a falta de estrutura para
acolher menores em outras instituições como centros de reeducação especialmente
para menores que tenham problemas com a justiça.
Durante a pesquisa observou-se que as
crianças vivem a mesma rotina das reclusas o que é claramente prejudicial para
o seu desenvolvimento.
Seria de bom-tom que a criança
encontra-se um acolhimento fora da cadeia, sobre responsabilidade dos
familiares, ONGs, Governo para que se beneficie de apoio moral, educativo,
material, afectivo com vista a sua integração social.
A pesquisa também revelou que as
crianças passam o dia na creche sob os cuidados de algumas reclusas escaladas,
trazendo consigo preocupação para a própria mãe pois ninguém em sã consciência
permitiria que seus filhos convivessem o dia inteiro com alguém suspeito ou
condenado por um crime, porque poderia constituir um risco para a integridade
física e psíquica da própria criança.
BIBLIOGRAFIA
AA.VV. (2002). Direitos do recluso. Editora Marte Lda. Maputo
AA.VV. (Agosto de 2002). Política prisional e estratégia da sua
implementação. (Sa) Editora CIEDIMA. Maputo.
AA.VV. (Agosto de 2000). Sistema prisional
em Moçambique. (Si). Maputo.
Manual do Director
de estabelecimento prisional. (2007). Instituto de Administração.
Matusse. (2010).
Aspectos a observar na documentação de trabalho de pesquisa científica 4ª
edição.Maputo
Neste tópico, apresentar-se-á
as tabelas das quais se obteve os gráficos que representam o parecer dos
inqueridos, no concernente as questões levantadas na obtenção de dados que
permitiram a elaboração do presente trabalho, bem como, o instrumento usado
para a recolha de dados. Onde está
representado o resultado das questões inquiridas, de forma percentual.
1. TABELAS
Tabela
1.1 - Tem algum filho neste Centro de Reclusão?
|
F
|
%
|
Percentagem
válida
|
Fa
|
|
|
Não
|
16
|
53%
|
53,3
|
53,3
|
|
Sim
|
14
|
47%
|
46,7
|
100,0
|
|
∑
|
30
|
100%
|
100,0
|
|
No que refere a questão acima
colocada, 16 mulheres reclusas, correspondentes 53%, disseram não ter nenhum
filho naquele Centro de Reclusão, o que é positivo relativamente ao ambiente,
dado que ocupa a maior percentagem, sendo que 14 dessas mulheres reclusas,
correspondente a 47% têm sim algum filho naquele Centro de Reclusão, o que,
apesar de ocupar a menor percentagem é negativo visto que o ambiente não é
propício para saúde e desenvolvimento positivo de nenhuma criança, no parecer
de algumas dessas mães inqueridas.
Tabela
1.2 - Onde passa o dia e quem cuida dela?
|
f
|
%
|
Percentagem válida
|
Fa
|
Na creche, Assistente Social
|
15
|
53%
|
50,0
|
53,3
|
Na creche, As Reclusas e Assistentes Sociais
|
14
|
47%
|
46,7
|
100,0
|
∑
|
30
|
100%
|
100,0
|
|
Ora
vejamos com quem as crianças passam durante o dia. A tabela demonstra que numa
percentagem de 53% na creche são assistidas pela Assistente Social escalada
nesse dia e numa percentagem de 47% assistidas pelas próprias reclusas e
Assistentes Sociais.
Tabela 1.3
- Como são tratadas as crianças na creche?
|
f
|
%
|
Percentagem válida
|
Fa
|
|
|
Bem
|
14
|
47%
|
46,7
|
46,7
|
|
Mal
|
11
|
37%
|
36,7
|
83,3
|
|
Razoável
|
5
|
16%
|
16,7
|
100,0
|
|
∑
|
30
|
100,0
|
100,0
|
|
No que se refere ao caso das
respostas das mulheres reclusas na questão a cima indicada, uma maioria
perfazem o grupo de crianças que são bem tratadas , numa percentagem de 47% na
frequência de 14. Existindo as que não são bem tratadas conforme as respostas
serem duma frequência de 11 e 5 numa
percentagem de 16%.
Tabela
1.4 - Essas crianças têm algum contacto com os familiares fora do centro?
|
f
|
%
|
Percentagem válida
|
Fa
|
Sim
|
11
|
37%
|
36,7
|
36,7
|
Não
|
11
|
37%
|
36,7
|
73,3
|
Razoável
|
8
|
26%
|
26,7
|
100,0
|
Total
|
30
|
100,0
|
100,0
|
|
Segundo a
leitura da tabela verifica-se que tanto para as crianças que têm contacto com
os familiares, assim como aquelas que não têm, o número da frequência é o mesmo
em relação das que têm razoavelmente o contacto. Isto é 37% para ambas as
respostas (sim e não), e por último que é razoável de 26%.
Tabela 1.5
-Acha que este ambiente contribui positivamente ou negativamente para o
desenvolvimento dessas crianças?
|
f
|
%
|
Percentagem válida
|
Fa
|
Positivamente
|
10
|
33%
|
33,3
|
33,3
|
Negativamente
|
14
|
47%
|
46,7
|
80,0
|
Não sabe
|
6
|
20%
|
20,0
|
100,
|
Total
|
30
|
100,0
|
100,0
|
|
Das
inqueridas afirmam que o ambiente não é muito sã para o desenvolvimento
harmonioso das crianças numa frequência de 14 na percentagem de 47%, este
cenário é muito lamentável na vida das crianças, apesar que algumas inqueridas
terem dito que o ambiente contribuía para o desenvolvimento da mesma, sendo 33%
e os restantes 20%, não souberam dar uma resposta exacta.
Tabela
1.6 - Qual a sua naturalidade?
|
f
|
%
|
Percentagem válida
|
Fa
|
Maputo
|
7
|
23%
|
23,3
|
23,3
|
Gaza
|
9
|
30%
|
30,0
|
53,3
|
Inhambane
|
14
|
47%
|
46,7
|
100,0
|
Total
|
30
|
100,0
|
100,0
|
|
Nesta questão vai-se abordar donde são naturais as inqueridas no
momento da pesquisa. Observou-se que destas inqueridas, a maioria são naturais
da Província de Inhambane e uma minoria das Províncias de Maputo e Gaza.
2. INSTRUMENTO DE RECOLHA DE
DADOS
INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA
Curso de Licenciatura Em
Acção Social
O presente inquérito
destina-se as mulheres reclusas, do centro de reclusão Feminina de Ndlavela,
com visa fazer o levantamento de dados das mesmas, sobre o seu parecer a
cerca da situação das crianças que nascem e vivem em regime de reclusão.
Agradecia que respondesse as
questões colocas com sinceridade e clareza para uma boa reflexão sobre o
assunto.
|
INQUÉRITO
1.
Qual a sua naturalidade?
a)
Maputo
⯖ b) Gaza ⯖ c) Inhambane ⯖
2.
Tem algum filho
neste centro de reclusão?
a)
Sim
⯖ b) Não ⯖
3.
Onde passam o dia e quem cuida delas?
a)
Assistentes
Sociais. ⯖ b) Algumas Reclusas ⯖
4.
Como são tratadas as crianças que aqui vivem?
a)
Bem
⯖ b) Mal ⯖ c) Mais ou
menos ⯖
5.
Essas crianças têm tido algum contacto com os familiares
fora do centro?
a)
Sim
⯖ b) Não ⯖ c) Às
vezes ⯖
6.
Acha
que este ambiente contribui para o desenvolvimento positivo ou negativo dessas
crianças?
a)
Positivo ⯖
b) Negativo ⯖ c) Mais ou menos ⯖
7.
O que acha que o governo e a sociedade deviriam fazer
para inverter a sua situação e a das crianças?
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Obrigado por ter disponibilizado seu tempo para responder o inquérito
que tornará possível a elaboração do trabalho de pesquisa com vista a reflexão
sobre a situação do elevado número de crianças que nascem e vivem em ambiente
de reclusão.
MAPUTO: ABRIL DE 2012
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