quinta-feira, 6 de março de 2014

DEMOCRAIAS AFRICANAS E GLOBALIZAÇÃO-UMA REFLEXÃO!!!!





 
                                             INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA
Licenciatura em Ciências da Educação

DEMOCRACIAS AFRICANAS E GOLOBALIZAÇÃO

DISCENTES:
Ernesto,  Vitorino
Khongolo, Aina
Menito, Samuel
Mundau, Elisio
Mulase, Ana
Pedro, Leontina
Zandamela, Teresa
4º Ano




Cadeira: Democracias Africanas
Docente: Gildo João Manuel 



MAPUTO, MAIO DE 2013
ÍNDICE

INTRODUÇÃO

O presente trabalho é de índole académica inerente à disciplina de Democracias Africanas subordinado ao tema: Democracias Africanas e a Globalização. A realização deste trabalho baseou-se em revisão bibliográfica de obras que versam sobre o tema em epígrafe.
Deste modo, levantou-se como problema o seguinte: De que maneira a globalização influencia na Democracia Africana no desenvolvimento socioeconómico do país.
A pesquisa tem como objectivo: Compreender as relações existentes entre as democracias africanas e a globalização e o seu impacto na sociedade.
O trabalho obedece a seguinte estrutura: conceito de Democracia e Globalização, aspectos da globalização, Contextualização do tema globalização, A democratização e globalização segundo a visão política, globalização e democratização nos países africanos e a respectiva conclusão.
I.QUADRO TEÓRICO.
Sob ponto de vista político, Sérgio (1974), defende que a Democracia é o regime em que são fiscalizados os governos pelos representantes da opinião pública e, os representantes da opinião publicam votam as bases da legislação (sob um conjunto de garantias rigorosamente determinadas) buscando, por aqueles meios, a progressiva igualização de todos os membros da sociedade sem classes.
Entretanto, para Arblaster (1988), Democracia é o governo do povo ou da maioria, mas porque a maioria era também pobre, tornava-se o seu significado por governo dos pobres ou da ralé.
De acordo com Mazula (2000), a globalização é a intensificação de relações sociais em escala mundial que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a milhas de distância vice-versa. É ela que socializa as coisas, as gentes, as ideias, as sociedades, as nações, as culturas e as civilizações.
Refere ainda que, neste processo de socialização, “o mundo vai se transformando em território de tudo e de todos, onde tudo - gente, coisas e ideias -, se desterritorializa e reterritorializa, adquirindo novas modalidades de territorialização.
Para AAVV (1998), Globalização é a parte económica do processo de universalização e mundialização da vida.
Entretanto, Robertson (1999), refere que, a Globalização pode ser definida ainda como a compreensão do mundo e a intensificação do mundo como um todo.





II-ASPECTOS GLOBALIZAÇÃO

Segundo Mazula (2000), a globalização encerra assim três aspectos:
Ø    A internacionalização do seu fenómeno: ele expande-se necessariamente com uma capacidade e velocidade tais que se impõe “a muitos milhas de distância”, independentemente das vontades locais.
Ø    O segundo aspecto é o da assumpção local dos seus conteúdos, como parâmetro de modernização, isto é, a adequação do modo de vida, de pensar, agir e querer, ao pensamento, à vontade e ao comportamento da globalização.
Ø    O terceiro aspecto é que esta força de subsunção e rejeição advém do facto de que a globalização é também um processo de socialização: “Socialização global”.

2.1-Contextualização do termo Globalização

O termo globalização ganha significado conceptual nos anos oitenta tendo sido destacado por Dowbhor, I e Resende (2002), o termo globalização inicialmente vincula se aos estados mercadores. Com isso, ela era sinalizada as suas origens mais remotas. Para os teóricos da globalização, termo globalização teve a sua origem no conceito da economia.
No campo da política, cultura, da sociedade e da tecnologia estes seriam em alguma medida simplificada em economia.
A globalização no campo da política tem o significado de tornar universais valores que numa sociedade não o eram considerados como tais, mas que nada significa para os outros povos e para outras culturas. A dimensão política é menos evidente em grandes manchas do planeta, pois o movimento de ampliação de cidadania, e com ela, os regimes democráticos, tem tido grande repercussão na actualidade, é uma dimensão essencial no processo de exclusão, pois a ausência de direitos coloca os indivíduos em situação de precariedade e, sobretudo, de dificuldade em mudar a sua situação económica.

2.2 Características cruciais da Globalização

A globalização apresenta-se em 3 sentidos:
Ø    Em termos económicos, uma transição de formas fordistas a pós-fordistas de organização do local de trabalho; um aumento na publicidade nos padrões de consumo internacionalizados; uma redução de barreiras ao fluxo livre de mercadorias, trabalhadores e investimentos entre fronteiras nacionais; e consequentemente, novas pressões sobre os papéis do trabalhador e do consumidor na sociedade.
Ø    Em termos políticos, uma certa perda de soberania Estado-nação ou, pelo menos, a erosão da autonomia nacional e, consequentemente, um enfraquecimento da noção de “cidadão” como um conceito unificado e unificante, um conceito que possa ser caracterizado por papéis, direitos, obrigações e status preciso.
Ø    Em termos culturais, uma tensão entre as maneiras como a globalização produz mais padronização e homogeneidade cultural, enquanto também produz mais fragmentação com ascensão de movimentos locais.

Duas características podem ser denominadas “positivas” são globalização da democracia ou, no mínimo, uma forma peculiar de democracia liberal (mais uma democracia de método do que uma democracia de conteúdo) e a prevalência e expansão de uma crença em “direitos humanos” e no crescimento de organizações que os tentam monitorar e proteger (Nicholas, Burbles e Alberto, 2004:20,).
A globalização está associada a um padrão de vida mais elevado, não apenas pela disponibilidade de itens de consumo, mas também pelas ocasiões para viajar e para manter um contacto enriquecedor com outras culturas do mundo. Os males mais óbvios da globalização são o desemprego estrutural, a erosão da mão-de-obra organizada como força política e económica, a exclusão social e um aumento do abismo entre ricos e pobres dentro das nações e, especialmente, ao redor do mundo. Certas pessoas associam a globalização a um aumento da insegurança urbana, devido à progressiva violência urbana, com a presença crescente de movimentos de fora do território e fora do Estado que impedem desenvolvimento internacional e podem representar ameaças sérias contra a segurança, a paz, a estabilidade e o desenvolvimento (como o tráfico de drogas, máfias, comércio de armas de destruição em massa ou organizações terroristas). 

III-A DEMOCRATIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO SEGUNDO A VISÃO POLÍTICA

A teoria clássica sublinha que a democracia é o governo do povo para o povo, com objectivo do bem comum, ou seja onde imite os interesses de todos.
Os efeitos da política da globalização nas relações políticas entre os Estados também têm consequências para vida de todos, com o surgimento do capitalismo permitiu a diferenciação entre riqueza e pobreza devido a expansão dos mercadores internacionais. A título de exemplo temos o colonialismo e imperialismos que fornecem instrumentos para melhor compreensão da interligação dos fenómenos políticos em escala internacional (AAVV, 2002: 286).

Para a vida política dos estados nacionais a globalização e a generalização dos valores supostamente universais, onde entre estes estaria inserido a democratização. Com a definição de Schumpeter revolucionista citado por (AAVV, 2002), “ a livre competição pelo voto livre” surge com uma intensidade como uma questão central da política, no momento em que a democracia parecia universalizar.
O processo da globalização não é uniforme, não atinge todos os países da mesma maneira e não atingem todos os que vivem no mesmo pais do mesmo modo, compreende não só a emergência de estruturas mundiais de poder mas também a emergência de uma incipiente, mas evidente, sociedade civil global (Dowbhor, I. e Resende, 2002: 25).
A globalização não governada, condena a maioria das nossas populações, especialmente os sectores mais pobres, a cancelar toda possibilidade de se imaginar um futuro melhor no seu próprio entorno.

3.1-Globalização e Democratização nos países africanos

De acordo com Dowbhor, I e Resende (2002), A democratização invadiu a África nos anos noventa, com isso as ideias de liberalismo e do mercado livre começaram a florescer no continente. Generalizam se os regimes multipartidarismo, onde emergiram novos líderes e novas ideologias politicam com vista ao um bem comum.
Nos finais do século vinte, a sociedade africana encontra se subdividida, onde os ideias já não são tidos para o bem comum das sociedades. A África depara se com um lote de situações que culmina com as ideias globais, ou seja, já democrática torna se necessário que ele se equipare com os outros continentes. Era necessário homogeneizar o planeta e promover uma cidadania universal.
Deste modo, a globalização permite grandes progressos neste continente. Estando assente nas teorias universais surgem contradições no continente, onde o nível de vida assenta se na discrepância entre a riqueza e a pobreza.

Mas há que reconhecer os avanços democráticos no continente, mas foram revertidos a problemas que são caracterizados pela instabilidade política e por vezes militares que interferem no processo de democratização em África. O discurso ideológico da globalização procura disfarçar que ela vem robustecendo a riqueza de uns poucos e verticalizando a pobreza e a miséria de milhões. O sistema capitalista alcança no neoliberalista globalizante o máximo de eficácia de sua malvadez intrínseca (Dowbhor, Ianni & Resende, 2002:248).

IV- DEMOCRATIZAR A GLOBALIZAÇÃO

A globalização e democracia são entendidas como processos complementares revelados na competição e cooperação. Assim, os democráticos a nível local assim como global necessitam de acompanhamento constante. Com a prevalência dos direitos humanos sobre a soberania demonstra que cada vez mais há garantia de legitimidade dos estados no direito internacional a internacionalização. A democratização da globalização e reforçada através do papel do povo na luta pela democratização ou participação nas ideias dos estados políticos.
O conceito internacional ajuda a compreender o conceito globalização, pois se um determinado regime internacional alcança significado razoável, portanto ele adere a maioria dos sectores significativos, falando precisamente dos acordos internacionais sobre as experiencias atómicas exigiram que todos países detentores de tecnologia aderissem.
A participação em um determinado acordo para a formação de um determinado consenso, constitui formas eficazes de participar nas tomadas de decisões, objectivos, extremamente importantes nesta época de globalização, pois estas decisões têm consequências para todos.
A ideia de regime internacional subentende a superação do histórico conceito de soberania nacional (AAVV, 2002: 292).

 

 














CONCLUSÃO

De acordo com a pesquisa feita, o grupo concluiu que, Democracia, sob ponto de vista político, é o regime em que são fiscalizados os governos pelos representantes da opinião pública, e em que os representantes da opinião pública votam as bases da legislação (sob um conjunto de garantias rigorosamente determinadas) buscando, por aqueles meios, a progressiva igualização de todos os membros da sociedade sem classes.
Enquanto, o conceito de Globalização refere-se a parte económica do processo de universalização e mundialização da vida.
Conclui ainda que, a livre competição pelo voto livre, surge com intensidade como uma questão central da política, no momento em que a democracia parecia universalizar-se.

Deste modo, o discurso ideológico da globalização procura disfarçar que ela vem robustecendo a riqueza de uns poucos e verticalizando a pobreza e a miséria de milhões.
A globalização influencia a democracia, na medida em que impõe e tende mais a fórmula de democracia globalizante e de governação, entrando consequentemente em choque com as culturas locais, nota-se também que as ideias encontradas na democracia mostram que, ela começa por reconhecer que o outro pensa diferentemente de mim, e que ninguém tem o monopólio da verdade.
A globalização socializa as coisas, as pessoas, as ideias, as sociedades, as culturas, as nações e as civilizações.
Nota-se também que existe uma relação entre a globalização e a democracia na medida em que, a globalização impõe cada vez mais fórmula de democracia globalizante.







BIBLIOGRAFIA


AAVV. (1998). “Governar a Globalização”. Edição Marcela Villegas. Edições Demos.
Dowbhor, L., Ianni, O. & Resende, P. A. (2002). “ Desafios da GlobalizaçãoI”. 4ª Edição. Editora Vozes. Petrópolis.
Mazula, B. (2000). “A construção da democracia e África: O caso moçambicano”. Editora Ndjira. Maputo.
Sérgio A. (1974). “ Democracia”. 1ª Edição. Editora Sá da Costa. Lisboa, Portugal.
Robertson, R. (1999). “Globalização: Teoria social e cultura global”. Editora Vozes. Petrópolis. Rio de Janeiro.
Nicholas C. Burbles e Carlos Alberto Torres (2004), Globalização e Educação: perspectivas críticas. Artmed Editora. Coimbra.

Sem comentários:

Enviar um comentário